Publicada em 15/02/2023 ás 09:05:51
O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) mandou um recado para o ex-aliado Jair Bolsonaro (PL) após ser chamado de "bandido" nas redes sociais do presidente. De acordo com a coluna de Tales Faria, no UOL, o ex-presidente do PTB disse a interlocutores que não vai admitir ser deixado para trás.
"Não aceitarei ser abandonado", teria declarado Jefferson, que, no último domingo (23), atirou contra policiais federais que foram cumprir uma ordem judicial de prisão contra ele. Logo após a prisão de Jefferson na noite do domingo, Jair Bolsonaro foi à público para tentar se isentar de qualquer responsabilidade do episódio. O presidente chegou até a dizer que sequer teria foto com o ex-aliado.
"Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio", declarou Bolsonaro.
Na segunda-feira(24), o filho de Roberto Jefferson, Roberto Jefferson Filho (PTB), declarou que o presidente Jair Bolsonaro foi "injusto" ao chamar seu pai de "bandido" e "criminoso" após confronto com a Polícia Federal, neste domingo.
"Eu acho que é injusto, com certeza. Até porque, Bolsonaro estava lá? Ele sabe o que aconteceu? Eu não sei quem atirou. Pelo que entendi, a polícia atirou primeiro. Parece, pelo vídeo, que a polícia atirou primeiro. Se você está tomando tiro, vai fazer o quê? ? afirmou. E quisesse acertar alguém, teria acertado, porque meu pai é muito bom de mira ? diz Jefferson Filho. ? As pessoas estavam embaixo (da casa), então ficaria 100% protegido e os policiais à mercê dele. Se ele quisesse ter matado alguém, teria. Então não vejo meu pai cometendo nenhum crime contra a polícia. Meu pai é atirador de competição, ele não erraria um tiro com o fuzil na mão", disse Jefferson Filho.
Jefferson Filho saiu derrotado de uma candidatura a deputado federal no Pará neste ano. Ao contrário do pai, que é presidente afastado do PTB, ele não tem trajetória na política. Antes de se tornar candidato, ele trabalhava como professor de crossfit nos Estados Unidos.
Ao jornal EXTRA, Filho disse que acompanhou o ocorrido pela imprensa e que não vinha mantendo contato com o pai, que estava impedido de se comunicar com pessoas que não moram com ele, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Jefferson perdeu o direito à prisão domiciliar após compartilhar um vídeo ofendendo a ministra do STF Carmen Lúcia, na última sexta-feira (21). Após disparar contra a polícia no domingo, ele foi alvo de um novo pedido de prisão, por tentativa de homicídio.