Publicada em 15/02/2023 ás 09:00:52
O negacionismo é um tema
muito controverso desde os primórdios da civilização. A negação à ciência
e seus desdobramentos sempre foram bravatas de imperadores, líderes políticos e
expoentes religiosos. Mortes, punições, ameaças e castigos, eram penas àqueles
que exerciam a ciência, que ousavam divulgar pesquisas, empíricas ou não,
adiantava-se a resultados inéditos e futuristas a coisas do nosso universo.
A historia narra exemplos ocorridos ao longo dos tempos e alguns
exemplos são marcantes.
No início da idade moderna,
autoridades religiosas negavam os avanços científicos e as reflexões dos
filósofos humanistas. Muitos eram condenados de forma ?exemplar? como o
ocorrido com o filósofo Giordano Bruno, condenado a morte, na fogueira, por
defender a existência da vida em outros mundos.
Não se pode deixar de mencionar
Galileu Galilei, processado pela
Inquisição, por suas teorias a cerca do
Heliocentrismo, que coloca o sol no
centro do universo, e que teve que negar suas teorias para não ter o mesmo
destino do Giordano Bruno. Nesse tempo a
igreja católica defendia o Geocentrismo, ou seja, a terra no centro do
universo.
Negando a história, temos os
negacionistas do Holocausto, que negavam
o genocídio de judeus durante a segunda Guerra Mundial . 'Eles afirmam que os
nazistas não assassinaram seis milhões de judeus, que a noção de que haviam
câmaras de gás para matar em massa é um
mito, e que qualquer morte de judeus ocorrida sob o domínio nazista foi
resultado da guerra e não de uma perseguição sistemática e assassinato em massa
organizado pelo Estado" segundo a pesquisadora Deborah Lipstadt, da Emory
University, em entrevista a BBC.
A tese que a terra é redonda, data
de 276 a.c. defendida pelo grego Eratóstenes, que apresentava o planeta como
uma esfera. Apesar de mais de dois mil anos de comprovação cientifica ainda
existem os terraplanistas, que defendem que a terra é plana, inclusive ministro
do atual governo do Brasil.
Mas os anos se passaram,
descobertas foram reconhecidas, fatos confirmados, e os negacionistas continuam
maculando a ciência e distorcendo os fatos. Por aqui, e nos dias atuais, o
negacionismo tem sido marca desse governo. Com a pandemia do coronavírus, ficou mais evidente a negação às conquistas
da ciência. Em especial ao combate a esse terrível inimigo.
Nega-se a vacina, nega-se os
protocolos de prevenção e de controle recomendados pela Organização Mundial da
Saúde - OMS e respaldados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária -ANVISA
e instituições oficiais da saúde.
Mas, o mais grave para a sociedade
é o fato desse governo passar da retórica para a ação. A ciência tem ao longo
do atual governo, perdido forças, não pela retórica negacionista, mas pela
prática. A universidade para o atual governo nada produz, é um ambiente de "balburdia" e que "deseduca".
Ao ver que a universidade produz
ciência, adota-se a prática de cortar as suas veias, matá-la por inanição.
Assim, ao longo desses anos cortam-se orçamentos, retiram bolsas de capacitação,
verbas para pesquisas, congelam salários de pesquisadores e professores. De um orçamento já depauperado,
de condições adversas de trabalho, da falta de apoio, corta-se 80% do orçamento
para o ano que se inicia.
Deixa-se a retórica, passa-se a
prática, mata-se a ciência, e com ela os pesquisadores que migram para outros
países. Perde-se competitividade tecnológica. Os negacionistas se
sobrepõem ao nosso tempo. Nega- se
vacinas, que comprovadamente têm
contribuído para a erradicação de enfermidades, aliviando e prevenindo
sequelas, a exemplo da paralisia infantil. No bojo do negacionismo, trata-se
com sarcasmos e deboche uma pandemia que só tem trazido sofrimento a já sofrida
família brasileira. Só nos resta lutar para que não morramos todos na atual inquisição, vivenciada no Brasil.