ENTREVISTA
Conheça os 28 povos e comunidades tradicionais do Brasil
Os povos indígenas são os primeiros do Brasil. A partir da colonização, outros povos vão sendo agregados.
TV POC 7 NEWS
ENTREVISTA COM SILVIO SANTOS

De vendedor ambulante a um dos maiores empresários da comunicação brasileira

Notícias

Potencial ato de racismo de vereador de Feira de Santana

"Por que vossa excelência não colocou aqui o Dia da Beleza Branca? Quer dizer que o branco não tem direito? É só o negro?", disse o parlamentar.
Publicada em 15/02/2023 ás 09:00:58

O Comitê Inter-religioso e de Liberdades Laicas de Feira de Santana (Cointer) divulgou por meio de nota pública de agravo, o repudio ao pronunciamento do Vereador Edvaldo Lima dos Santos, parlamentar integrante da atual legislatura pelo partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB). 

Por meio da imprensa local, o COINTER afirma que teve acesso ao pronunciamento do Vereador, na tribuna da casa legislativa, no qual, segundo a entidade, fora enfático ao declarar-se contrário a requerimento formulado no sentido da "realização de uma sessão solene em comemoração ao Dia Municipal da Beleza Negra e do Dia do Sacerdote e da Sacerdotisa de Religião de Matriz Africana". 

Para o Cointer, a despeito do natural e salutar debate de ideias e de eventual rejeição ao requerimento formulado, o pronunciamento do distinto Vereador fez-se acompanhado de termos potencialmente racistas, inclusive no âmbito da livre manifestação religiosa, quando, ao interpelar o autor do requerimento, o Vereador Edvaldo Lima afirmara, ipsis literis: "Por que vossa excelência não colocou aqui o Dia da Beleza Branca? Quer dizer que o branco não tem direito? É só o negro? Minha família não se sente representada!", acrescentando: "Ainda mais que é promovido por um grupo chamado de Odungê, que é de candomblé. Votarei contra". 

Em nota, o Cointer afirma que votar contra uma matéria ou requerimento é prerrogativa de todo membro de Legislativo, sobretudo quando a manifestação de aprovação ou reprovação do pleito dá-se com fundamentos que respeitem o imperativo da dignidade da pessoa humana e os demais valores orientadores do exercício de qualquer função pública, nomeadamente os de assento constitucional, o que, todavia, não se fizera presente no caso em apreço. 

Segundo o Cointer, para além de o Vereador Edvaldo Lima (MDB) deliberadamente desconsiderar o notório fato de que a composição majoritária da população do Município (Censo 2010) é de indivíduos auto identificados como pardos e negros, com destaque em todos os bairros da cidade, ignora o doloroso processo histórico de escravização, a luta pela abolição e a deletéria criminalização da população negra. Com sua postura potencialmente ofensiva e sem filtros no citado episódio, o distinto Vereador alinha-se a uma memória escravagista, ainda não de todo superada, com a qual as administrações públicas de Feira de Santana vêm ao longo dos anos atuando, ao homenagear com nomes controversos de antigos escravagistas logradouros públicos. 

Neste sentido, o COINTER repudia o pronunciamento ofensivo do Vereador Edvaldo Lima dos Santos (MDB), dado o seu conteúdo alegadamente racista e detrator de religiões de matriz africana, ao mesmo tempo em que este Comitê se solidariza com os povos de terreiro e a comunidade local, requerendo, para tanto, da Presidência da Câmara de Vereadores de Feira de Santana e de Comissões pertinentes, a instalação de investigação parlamentar apta a apurar o ocorrido, com as consequências que se fizerem necessárias à reparação e punição dos envolvidos, caso constatado cometimento de abusos ou crimes. 


Autor/Fonte: Poc7news - Observatório das Cidades

Deixe o seu comentário

Leia Também

27/06/2025
27/06/2025
27/06/2025
26/06/2025
26/06/2025
26/06/2025
26/06/2025
26/06/2025
26/06/2025
26/06/2025

Publicidade