Publicada em 15/02/2023 ás 09:01:04
Aprendi ainda menino, na escola primária, os pronomes pessoais.
Eu, tu ele, nós, vós, eles. Todos com suas funções, colocações, onde e em que
ocasiões deveriam ser usados, quer sejam nos escritos, sempre atentos às regras gramaticais de concordância, ou nas
conversas e saudações. Quando mal colocados poderiam até ser expressão de
arrogância ou desrespeito.
Agora adulto, aposentado, passei a refletir sobre o modo e
entonação de cada um em suas diferentes aplicações e em seus diferentes momentos
de uso nas interlocuções. Fico intrigado ao me expressar com certas pessoas e
em determinadas situações com um certo pronome. Esse pronome é tu. Isso, tu
mesmo! O tu, tem uma força diferente de um você.
O tu é direto, incisivo, forte e simples. Expressa força e
carinho ao mesmo tempo. Imagine se ao invés de dizer gosto de você! Expressar-me. Gosto é de tu mesmo! Não soa
diferente? Quando estou com saudades de alguém, ou sentir a falta, perguntar.
Cadê tu? Onde tu se meteu? Parece que vai direto ao local. Mas também pode ser
acusativo, duro, forte sem rodeios. Quem fez isso ou aquilo? Nada de um você
ameno. Foi tu mesmo, não foi? Pronto
a culpa está colocada. E o acusado fica sem jeito de até disfarçar ou mentir.
Tem um sentido bem diferente da importância de alguém na vida
das pessoas. Tu foste importante pra mim. Nada de falar o nome ou usar o
você. Foi tu mesmo. Percebe o sentido da sinceridade? A pessoa se sente
única. Não é verdade?